domingo, dezembro 10

XADREZ: um presente de Natal Milenar


Na minha infância o Natal era diferente do de hoje. 
Na minha memória ficará sempre a marca indelével de uma tarde de 24 de dezembro de preparativos, seguido da montagem do presépio: muito musgo, pedra, sistema de iluminação, um pinheiro natural (extremamente raros em terra de carvalhos das Beiras), lagos, gruta, montanha e planura, os caminhos de areia convergindo à gruta em Belém, finalmente os bonecos (parcialmente herdados do Zé Carteiro), os efeitos da árvore e depois alguns flocos de neves caindo sobre a terra. Passavam-se horas infinitas a aperfeiçoar tudo. Enquanto isso, na cozinha preparavam-se os mais saborosos doces de Natal, as velhozes. Excelentes memórias.


Hoje é tudo instantâneo. Até os bonecos do presépio não têm parança, quando o membro mais novo da família os resolve reajustar regularmente. Os presentes são o ponto central. Mas mesmos para estes a espuma dos dias deixa-nos pouco tempo para refletir. 



Aproveito para vos sugerir aqui um presente único e excecional, uma dádiva reservada aos melhores amigos: um conjunto de xadrez.



Eu sei bem que o Xadrez não está muito na berra. Ainda por cima não têm uma embalagem caprichada. Proponho que comprem um vulgar conjunto de xadrez, e componham a embalagens com frase do tipo:
Jogo educativo milenar” 
Desenvolve: a criatividade; capacidades matemáticas e vocabulário. Aumenta autoconfiança
Estimula a inteligência espacial desenvolve o pensamento lógico e sequencial
Ensina a apreender com os erros para atingir o sucesso
Estas são algumas das muitas possibilidades para fazerem uma embalagem mais bonita e real, e vão ver como os amigos vos irão agradecer. Além disso podem sempre recomendar o Clube Peões da Caparica para virem fazer uma formação melhorada de xadrez.


A ilustrar esta notícia deixei-vos algumas imagens do meu presépio (herança familiar), que deveria ter uma legenda como vejo por aí em certas montras “em montagem”. Também, ficam algumas imagens de um generoso tabuleiro de xadrez que meu amigo Ahmad Mehrbod me trouxe da antiga capital da Pérsia, Ispahan (cidade capital da arte no centro do atual Irão).